domingo, 20 de maio de 2007

Metade


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que eu sei.
que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que a tristeza.
que a mulher que eu amo seja para sempre amada, mesmo que distante.
porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor.
apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
e que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
porque metade de mim é o que penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflicta em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância.
porque metade de mim é lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é plateia e a outra metade, é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também!






Oswaldo Montenegro



quarta-feira, 16 de maio de 2007

Momentos em pensamentos





Estava uma noite agradável, não fora chuva começar... abandonando o dia lindo que tinha decorrido...
Mas de que se trata isto? Tratam-se apenas de lembranças passadas junto de alguém, lembranças sim..
Porque é só com lembranças, que agora posso contar. Mas entre breves memórias dando exemplo a uma de muitas que vivemos, surge uma brisa de um fim de tarde vagueando entre as ruas anunciando o nosso regresso a casa...
Passando para o interior de um comboio... apenas em alguns instantes pequenas gotas de água sob a forma de chuva tiram a visibilidade dos vidros que nos rodeiam, limitando-nos a visão a apenas uma espécie de pintura em forma de pequenas riscas e pontos coloridos dando vida as luzes longínquas, de postes de luz, de carros que passam perto a grandes velocidades, das janelas de casas que nos observam no percurso.. deixando apenas o interior com a visibilidade nítida, porque essa sim é a visibilidade que importa. Porque tudo o resto deixa de importar quando a pessoa de quem gostamos esta do nosso lado...
A chuva não para, tal como o comboio e nós, seguem o seu destino. Destinos diferentes que procuramos toda a nossa vida.. A busca de alguma coisa, a busca de um fim, de uma resposta...
Olhaste para mim com o teu sorriso cativante e o teu olhar desnudo... E embora o sol escondido entre as nuvens e já quase a desaparecer no horizonte, e a chuva a tentar pregar-nos uma partida na saída (...) Pensei para mim mesmo que o sol, o meu sol! Estava mesmo ao meu lado aquecendo uma noite fria, e dando luz a uma noite escura que se avizinhava para nós dois, nos minutos que se seguiam...
Na saída agarraste-me na mão, e com o teu encanto aliciaste-me para que partisse mos a caminho de casa... olhei para ti e vi o brilho nos teus olhos.. Não resistindo abracei-te, senti o teu calor junto a minha pele, beijei a tua boca, senti o teu cheiro, a tua essência de amor, os teus cabelos a acariciar-me a face, a tua respiração, o bater do teu coração... enquanto isto a chuva caía com intensidade... olhamos um para o outro, um sorriso mutuo brilhou entre nós, e foi então que corremos feitos loucos a caminho de casa por entre a chuva...
Mas por ordem divina ou talvez não (quero pensar sim), talvez a contemplar um sentimento que pouco a pouco têm mais dificuldades de observar... fizeram com que esta chuva desaparecesse do nada. E no céu onde outrora estava coberto de nuvens, aparecem aos poucos pequenos pontos brilhantes.. foram esses corpos celestes que fizeram-nos olhar um para o outro de novo (...) e libertarmos gargalhadas feitos tolos a pensar que por uns instantes podia-mos ter evitado as gotas das nuvens que nos cobriam...
Chegados a casa, tiraste a roupa e recordei o beijo da estação enquanto percorria o teu corpo com o meu olhar (...) desejando cada vez mais repetir a dose de minutos atrás, ou talvez mais...
Infelizmente ou talvez não, viajo por momentos em pensamentos e sinto desejo de tocar com a minha boca na tua boca, de sentir a tua suavidade, a tua entrega, os teus gestos, contemplar a forma perfeita como os teus lábios cercam os meus, sentir qualquer coisa como uma voz bem baixinha, a excitar cada molécula do meu corpo, a despertar todos os sentidos, todos os desejos e a descrever-me o sentimento que explode a cada beijo...
E hoje muito mais que ontem e muito menos do que amanha desejava percorrer a tua pele ainda molhada, sugando cada gota que a percorria naquele dia...
Pois mas isto são só desejos e pensamentos, e agora não estou no comboio, não esta a chover, não estas a meu lado, não tenho o teu sorriso, não tenho o beijo da estação, não estamos a chuva, não tenho os teus lábios para saborear, não tenho nada (...) só lembranças...
Está frio... a porta está fechada, mas o frio entra aos poucos por pequenas "brechas" que o tempo vai tratando de aumentar. Enquanto isso, gelo a tua espera, aquecido por uma manta de lembranças, desejos e de um grande sentimento, seja lá esse qual for... agora apenas em sonho me visitas, apenas em sonhos nos amamos. Apenas sinto o teu cheiro quando me perco nas viagens pelo jardim de um pequeno mundo que foi e pode voltar a ser nosso.

Paulo



Com palavras ditas e sentidas passa o tempo, acendem-se estrelas..apagam-se sentidos...choram as nuvens prevendo mais um dia sem olhar.. e um sorriso bastava para te consolar..


Obrigada por tudo.. é bom poder ter memórias destas!!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

E viva a RAM!


Mais uma vez a democracia ganhou, a Madeira ganhou, o Alberto João Jardim ganhou!


E Parece que é isto que os madeirenses realmente querem..


Portanto os madeirenses tambem ganharam!






Sendo assim estão todos de parabens!!